sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Dar o que nos faz falta






Que me perdoem desde já ideia de auto-promoção altruística que possa estar a dar com este post. Não é de forma alguma a minha intenção, até porque considero tratar-se de um acto de profunda e desconcertante simplicidade.
Quero aqui falar do acto de dar aquilo que nos faz falta... sangue. Ou, neste caso em particular, de plaquetas.
Contra mim falo, não sou particularmente altruísta, não pertenço a nenhuma ONG, não exerço trabalho voluntário, não costumo passar as noites de Natal a distribuir refeições, e do muito pouco que fiz e faço nem vou aqui falar para não lhe retirar a energia. Vou no entanto abrir esta excepção, não por considerar que me destaca perante quem não o faz, mas sim exactamente pelo oposto. O acto em si é tão simples e tão poderoso, que até custa a acreditar que não haja muitas mais pessoas a fazê-lo. O acto de dar sangue (Dádiva de Sangue Total - DST) ou plaquetas (Plaquetaférese) salva vidas. Hoje a de um anónimo.... amanhã de a alguém próximo ou até mesmo a nossa. Ponto final.
Eu comecei pela DST, mas de há uns anos para cá optei pela faceta mais sofisticada e efectiva do acto em si. Na plaquetaférese (que demora entre 40 a 60 minutos) o sangue é sintetizado na hora a partir de uma máquina que faz a separação imediata das plaquetas sendo os restantes componentes sanguíneos restituídos ao corpo do dador através da mesma agulha. Este processo difere da DST em que a síntese dos componentes do sangue é feita mais tarde e há perda de cerca de 450 ml de sangue. Mas a principal diferença que me fez optar pela primeira forma de dádiva prende-se com um facto muito matemático e objectivo... São precisas 6 DST's de diferentes dadores para fazer uma transfusão de sangue. Uma só dádiva de plaquetas equivale exactamente a esse número de doações, para além de poder ser imediatamente utilizada (muitas vezes no próprio dia, sendo o  IPO - Instituto Português de Oncologia um dos principais destinos). Deste modo, uma parte de nós vai melhorar ou até salvar a vida de alguém... o simples e o sagrado num só instante.

Por isso, meus queridos... do que é que estão à espera? Dirijam-se ou telefonem ao Instituto Português do Sangue - que tem uma das equipas mais adoráveis que conheço e que vai adorar mimar-vos. Não custa nada e prometo que deixar-vos-á com uma sensação única e embriagante o resto do dia.

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