segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Construir um lar com papel












"Uma casa para 2 amigos"
por Paulo Galindro
Cartão, papel, cola branca, páginas de livros, uma paleta e uma luz de Natal
Dezembro de 2013




There is a house built out of stone
Wooden floors, walls and window sills
Tables and chairs worn by all of the dust
This is a place where I don't feel alone
This is a place where I feel at home

Cause, I built a home
For you
For me

Until it disappeared
From me
From you

And now, it's time to leave and turn to dust

Out in the garden where we planted the seeds
There is a tree as old as me
Branches were sewn by the color of green
Ground had arose and passed it's knees

By the cracks of the skin I climbed to the top
I climbed the tree to see the world
When the gusts came around to blow me down
I held on as tightly as you held onto me
I held on as tightly as you held onto me

Cause, I built a home
For you
For me

Until it disappeared
From me
From you

And now, it's time to leave and turn to dust



Casas, casinhas, casarões, casotas, cabanas, prédios, lares feitos de cartão, papel, cola, luz, e muito, muito amor. Porque um lar está sempre onde o nosso coração está. O coração, e as mãos.

Se quiserem uma como esta (que nunca sairá igual a esta ou a qualquer outra) é só contactarem-me... estou a aceitar encomendas de projectos.

PS: Até tenho medo de algum dia projetar novamente uma casa das grandes, daquelas que dá para viver lá dentro. Parece-me que a coisa vai dar para o torto, literalmente falando.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Recicla o espírito de Natal

"Recicla o espirito de Natal que vive em ti!"
por Paulo Galindro
Ilustração digital em iPad
Dezembro de 2013

Mais uma ilustração para a capa do destacável "Rebentos" que integra a publicação bimestral "Folha Viva", uma revista de ambiente do Centro de Educação Ambiental da Mata Nacional da Machada e Sapal do Rio de Coina, produzida pela Divisão de Sustentabilidade Ambiental da Câmara Municipal do Barreiro.

O tema?... adivinhem!

Nota: Esta imagem está protegida por direitos de autor. Não pode ser reproduzida, sob qualquer forma ou meio, sem autorização expressa do autor.
 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A falar, a falar, é que nos inspiramos (e pelo caminho, salvamos o mundo)




Com um título destes, seria de esperar que trouxesse uma qualquer revelação inesquecível às vossas vidas. Mas tal como vocês, também eu ando à procura de um sentido para o Amor, a Arte e a Vida. E tal como vocês pouco ou nada sei sobre esses temas universais. Na verdade, acho que cada vez sei menos.

Mas sei que amo aquilo que faço, e que ainda acredito que a Arte e a sensibilidade para a beleza podem salvar o mundo.

O resto? O resto podemos descobrir juntos numa conversa amena, onde falarei de um pouco de tudo... de inspiração, de transpiração, de perseverança, de esperança, de humor, dos bastidores de um livro, de métodos de trabalho, de magia, do poder da cor e de dióspiros com canela. E no fim, com um pouco de sorte, poderemos ver um ou dois filmes desengonçados sobre aquilo que faço em paredes e afins.

Apareçam! Vai ser giro, e é por uma boa causa. Os visitantes são convidados a embrulhar os seus presentes na Casa Solidária, que conta com uma equipa de voluntários e um espaço exclusivo para o efeito. Quem quiser pode fazer um donativo, sendo um dos lemas: “Não tem de dar nada, mas pode dar tudo o que quiser.”
Também podem doar roupas para crianças e adultos que estejam em bom estado, sendo um dos lemas: “Do S ao XL, qualquer tamanho ajuda.”

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Um mundo mais pobre



Apesar de ser uma morte à muito anunciada, esta notícia doeu, e não foi nada pouco.
Ao lutar contra a rídicula dicotomia preto / branco em que muitos imbecis ainda defendem, este senhor tornou o mundo num lugar mais colorido e tolerante para os meus filhos viverem. E isso é dizer muito. Aliás, não consigo imaginar melhor cumprimento a um ser humano.
A pouco e pouco, este mundo louco em que vivemos vai-se tornando mais pobre também.

Resta-nos o privilégio raro de podermos partilhar esta bola azul-mar com almas tão evoluídas como a deste senhor.
Bodhicitta... é o nome que os budistas deram a estes seres humanos / farol... Mentes iluminadas imersas em compaixão que teimam em não deixar ninguém para trás, até que todos nós consigamos sair da Samsara, o ciclo interminável de nascimentos, sofrimentos e mortes.

Assim seja.

Até sempre



Fiat Lux!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

"Sem futuro, o presente não faz sentido"



Acabei agora mesmo de ler o livro “Índice Médio de Felicidade”, do meu amigo David Machado. Comecei a lê-lo na segunda-feira, nos transportes públicos, onde passo 4 horas por dia da minha vida. Não sabia o que esperar. Apenas que seria uma experiência muito boa. Outra coisa não poderia esperar do talento do David.

Talvez porque sinta um vazio dentro de mim, uma fome de algo que me indique um caminho. Uma fome de luz, no meio da escuridão em que todos fomos lançados. Talvez porque cada vez mais sinta necessidade de acredita que no final tudo ficará bem. E se tudo não está bem, é porque ainda não acabou. Movido por esta ânsia, e inspirado pelo amarelo da capa, pelo título sugestivo, e pela imagem idílica de uma carrinha amarela - que me traz à mente imagens sempre boas de mar, de sol e de surf - decidi subverter a ordem dos livros que se amontam na minha mesa-de-cabeceira, que entenda-se, é sempre da mais antiga aquisição para a mais atual. E este livro estava no fim da pilha, logo a seguir ao Mítico “Livro do Desassossego” de Fernando Pessoa, e a um monte de livros de Luís Sepúlveda.

Mas não foram só os aspectos estéticos do livro que contaram na equação. Como não poderia deixar de a intuição também contou, e muito. Não sou uma pessoa tipicamente otimista. Numa escala de Pessimismo / Otimismo de -5 a 5, eu ficar-me-ía pelo.... -1. O facto de o personagem deste livro estar imbuído de um otimismo à prova de bala foi por isso também determinante para subverter o pequeno mundo literário da minha mesa de cabeceira.

Desenganem-se desde já… este é um daqueles livros que não pode ser avaliado de ânimo leve pelo invólucro, vulgo capa. Esse desporto, a que por vezes eu também gosto de praticar, não pode ser aplicado de forma tão linear aqui. E ainda bem. Este livro é negro, denso, por vezes insuportavelmente triste, como são negros, densos e tristes os dias em que vivemos. O contraste com a capa não podia ser mais brutal, irónico, e no entanto, tão lógico. Porque a Luz e a Escuridão não vivem um sem o outro. A falta de um aniquila imediatamente o outro. E uma mancha negra é muito mais negra quando rodeada de um mar de branco, numa operação aritmética onde é aplicável a lei da comutatividade da adição. Ou seja, o contrário também é verdade.

Nas suas páginas, somos atirados para o dia a dia de alguém, cujo mundo, lentamente e de forma quase cruel, se vai desmoronando. E digo-vos uma coisa… não é um processo fácil de se ler. Por vezes marejam-se-nos os olhos. Por vezes irritam-se-nos os nervos. Por vezes enternece-nos o coração. E ao fim e ao cabo, esta é uma ruína iminente que a todos nos ameaça, neste pobre país abandonado ao demónio do dinheiro e dessa figura abstrata chamada Mercado. É exatamente aí que reside o poder deste livro… na facilidade com que encarnamos os personagens. Nos tempos que correm, esta é uma história de sobrevivência e de redenção na qual qualquer um de nós poderia ser o personagem principal (á exceção de 1% de eleitos, mas isto eu não precisava de dizer).

"E pur si muove!". "E no, entanto, ela move-se!", disse Galileu quando foi obrigado pela igreja a abdicar das suas ideias heliocêntricas. A vida continua, move-se. Enquanto tudo neste livro se vai tornando escuro e desesperançado, quando tudo parece encolher e afunilar em direção a um fim trágico, lâminas de luz cortam aqui e ali as nuvens que se vão adensando sobre as suas páginas, e nos fazem pressentir e desejar que algures lá em cima, brilhe um imenso sol radiante que mais cedo ou mais tarde tudo iluminará. 

Se o Sol irá aparecer ou não?… bom… esse é um daqueles segredos que não irei revelar. Terão de ler o livro.

Na minha escala de valores, de 0 a 10, um 8,5 ficará muito bem a este livro. E não vou dizer qual é o meu ÍMF… terei de pensar melhor sobre o assunto.



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